FOTOS IMAGENS-Juiz nega liberdade a namorado suspeito de matar servidora, em Goiânia



Por Vanessa Martins, G1 GO

 

Vídeo mostra confusão em Fórum durante saída de suspeito de matar namorada em Goiânia

Vídeo mostra confusão em Fórum durante saída de suspeito de matar namorada em Goiânia

O comerciante José Carlos de Oliveira Júnior, de 37 anos, preso suspeito de matar a namorada Giselle Evangelista, de 38 anos, teve prisão convertida em preventiva após passar por audiência de custódia, nesta segunda-feira (19), em Goiânia. Vídeo mostra confusão na saída dele após resultado (assista acima)O homem havia confessado que cometeu o crime durante uma briga por ciúmes por causa de vídeo pornográfico.

G1 tenta contato com o advogado do preso, por telefone, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem. À TV Anhanguera, o defensor informou que vai recorrer da decisão.

O corpo de Giselle foi localizado na tarde de sexta-feira (16), em um prédio na Vila Alpes, em Goiânia, onde mora José Carlos. Familiares da vítima contaram à polícia que não conseguiram contato com o casal. Por isso, foram até o prédio em busca de informações e a acharam morta.

Quando o preso saiu da sala de audiência, familiares e pessoas que aguardavam o resultado no corredor do Fórum se revoltaram. Imagens cedidas ao G1 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás mostram quando as pessoas saem correndo atrás do preso, que estava escoltado por policiais militares. As pessoas o chamavam de “assassino” enquanto ele era levado para fora do prédio.

Algumas pessoas precisaram ser contidas para não se aproximar. Filho da vítima, o estudante Hian Evangelista Gonçalves Ferreira, de 19 anos, passou mal ao ver o suspeito do crime e foi amparado pelos parentes.

“Eu morava com a minha mãe, mas depois de certo tempo [dele ficando lá na casa por causa de um reforma no apartamento dele] eu não sentia liberdade e fui morar com a minha avó em outro lugar. De julho ao começo desse ano ele ficou morando sozinho com a minha mãe no apartamento. Eu não gostava dele, não aguentava as brigas deles”, afirmou.

Audiência

O juiz da 7ª Vara Criminal de Goiânia, Oscar de Oliveira Sá Neto, argumento, conforme ata da audiência, que a conversão da prisão do suspeito de flagrante para preventiva ocorreu, principalmente, porque o homem fugiu. Conforme o texto, ficou “configurada condição necessária para justificar o decreto de prisão preventiva”.

Ainda conforme o magistrado, a gravidade do crime do qual ele é suspeito também justifica a prisão preventiva do comerciante para “garantia da ordem e paz públicas”.

Giselle Evangelista, de 38 anos, foi encontrada morta em apartamento (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)Giselle Evangelista, de 38 anos, foi encontrada morta em apartamento (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Giselle Evangelista, de 38 anos, foi encontrada morta em apartamento (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Prisão

José Carlos foi preso em Pirenópolis. Segundo a polícia, o objetivo dele era chegar até Minaçu, onde tem parentes. Porém, como o carro dele quebrou na estrada, ficou nas imediações.

O comerciante afirmou que recebeu um vídeo pornográfico em um grupo de mensagens em celular, o que teria incomodado a servidora pública Giselle Evangelista. “Tudo gerava briga, ciúmes. Eu não perdi a cabeça naquele dia, já tinha perdido há muito tempo”, declarou durante entrevista à imprensa na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

O preso confirmou que o relacionamento dos dois era conturbado e que se arrepende do crime. “A gente estava chegando a um acordo de terminar. Ela era a mulher que eu amava, a quem eu me dedicava. Eu trocaria de lugar com ela, se eu pudesse”, completou.

O homem foi autuado por feminicídio. A pena, de acordo com o Código Penal, varia entre 12 e 30 anos de prisão.

Advogado do comerciante, Wesley Pereira das Dores informou que o seu cliente está fazendo tratamentos psicológicos. “Ele está tomando remédio controlado, então estamos esperando laudos dos psiquiatras dele para acabar de nos inteirarmos do caso e ver quais as medidas vamos tomar”, esclareceu.

Os dois namoravam há dois anos. Segundo a polícia, em 2017, José Carlos chegou a trair a companheira, mas os dois mantiveram o relacionamento. Porém, os dois tinham constantes discussões.

“No dia do fato, eles brigaram no apartamento. Ela ia sair da casa dele, mas, na discussão, a vítima cuspiu na cara dele. Então ele deu um empurrão, a derrubou no chão e a esganou com as mãos”, disse o delegado Dannilo Proto, responsável pelo caso.

Parentes pedem justiça pela morte de servidora pública (Foto: Vanessa Martins/G1)Parentes pedem justiça pela morte de servidora pública (Foto: Vanessa Martins/G1)

Parentes pedem justiça pela morte de servidora pública (Foto: Vanessa Martins/G1)

Desespero da família

Mãe da vítima, a funcionária pública, Maria Lucia Evangelista, de 59 anos, disse que estava muito abalada, sem notícias da filha, e conseguiu entrar com uma corretora, que é moradora do prédio.

“Eu estava com as pernas bambas, meu peito estava doendo. A moradora já apontou onde era e vimos que a porta estava aberta. Entrando, olhei e falei: ‘Olha a bolsa da minha filha aqui’. Ela disse: ‘Oi, tem gente aqui? Estou vendo um pé ali’. Eu pensei, será que a minha filha está machucada aí dentro? Ou ele? Nisso ela falou assim: ‘Não. Vamos embora’”, relatou.

Maria Lúcia desceu e chamou a polícia. Depois que os policiais chegaram, a irmã, a prima e o filho de Giselle entraram na casa e viram o corpo.

A mãe contou ainda que desconfiava do caráter do namorado da filha desde o início do relacionamento. Segundo ela, o homem só se comportava de forma agradável na frente de Giselle, mas quando ela não estava presente, era grosso, frio e de difícil convivência.

“Cheguei a falar para ela: ‘ele não é da minha confiança, ele não te merece’. Eu vi quem era ele. Ele era muito estranho, não sei se foi intuição de mãe, mas ele nunca foi bem visto, mas nunca pensei que chegaria a esse extremo”, disse em entrevista à TV Anhanguera.

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