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IML-AM registra tumulto de famílias à espera de reconhecimento de corpos

Rebelião no Compaj começou no domingo (1º) e durou mais de 17 horas.
Foram confirmadas 56 mortes; 184 presos fugiram de prisões do AM.

Do G1 AM

Familiares começaram a receber confirmação de mortes nesta segunda (2) (Foto: Ísis Capistrano/ G1 AM)Familiares começaram a receber confirmação de mortes nesta segunda (2) (Foto: Ísis Capistrano/ G1 AM)

As famílias dos 56 detentos que morreram na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) ainda aguardam informações sobre as vítimas em frente ao Instituto Médico Legal (IML), nesta segunda-feira (2), em Manaus. Dezenas de parentes se reuniram na porta do local, que registrou tumultos e desespero.

Os parentes aguardavam com ansiedade um funcionário do IML chamar o nome dos detentos para ajudar no reconhecimento dos corpos. A maioria ainda não tinha a confirmação da morte do familiar durante o massacre. Muitos levavam fotos e documentos para ajudar na identificação.

A rebelião que resultou em 56 mortes, no domingo (1º), já é considerada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) como “o maior massacre do sistema prisional” do estado.

De acordo com o Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública, 184 presos, entre internos do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e do Compaj, fugiram durante os conflitos.

É na fuga que muitos ainda mantêm a esperança. É o caso de um idoso que aguardava informações sobre o sobrinho junto a família. Ele, que preferiu não se identificar, relatou que chegou a ir ao Pronto Socorro 28 de Agosto. Sem resposta, foi ao IML onde ficou sabendo que o nome do sobrinho foi chamado para reconhecimento. “A minha esperança é que ele tenha fugido. Por enquanto ainda não temos nada confirmado”, disse.

A irmã de um detento que estava no Ipat recebeu uma ligação ainda no domingo (1º). Uma mulher avisava que ele era um dos detentos mortos. Depois da mensagem, ela tentou entrar em contato com o número novamente, mas a ligação deu na caixa de entrada.

Familiares aguardavam nomes em frente ao IML  (Foto: Ísis Capistrano/ G1 AM)Familiares aguardav

Alguns corpos sendo reconhecidos dentro do presídio (Imagem: Da Net)
MANAUS (AM) – Sessenta presos morreram na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, informou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes. O motim durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.
Os mortos são integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos por estupro, segundo Fontes. Também houve fugas de detentos, mas o número não foi divulgado oficialmente. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) chegou a dizer ao G1 que mais de 130 estão foragidos.
O complexo penitenciário abriga 1.224 e está localizado o km 8 da BR 174, que liga Manausa Boa Vista. A unidade prisional, que tem capacidade de abrigar 454 presos, está superlotada.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, está na unidade prisional e afirmou que os presos liberaram nesta manhã os últimos sete reféns. Segundo ele, os detentos entregaram as armas e se renderam às 8h40 (horário de Manaus) desta segunda-feira (2).
De acordo com Pedro Florêncio, da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), os detentos que se rebelaram tiveram ajuda dos presos do semiaberto. “Eles fizeram buraco na muralha e, por lá, entraram armas no presídio”, afirmou. “Não houve falha da inteligência para perceber [o motim].”
Foram apreendidas quatro pistolas, uma espingarda calibre 12 e armas improvisadas, segundo informações preliminares. Além de mortes por armas, foram registradas ainda mortes por incêndio. O ex-policial militar Moacir Jorge Pessoa da Costa, mais conhecido com “Moa”, morreu carbonizado em uma das celas. Até o momento, ele é o único detento com identidade informada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Motivos da rebelião
O secretário Sérgio Fontes afirmou que integrantes da facção Família do Norte (FDN) comandaram a rebelião, que “não havia sido planejada previamente”. “Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiedosa do narcotráfico”, disse.
Fontes afirmou ainda que há indícios de que a rebelião teve relação com o motim no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), também ocorrido no domingo. No total, 87 presos fugiram do Ipat. Cerca de 40 detentos das duas unidades prisionais foram recapturados, segundo o secretário.
Epitácio Almeida afirmou que a negociação com os presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim começou às 20h30 (horário local) do domingo.
“Nós tivemos a noite mais sangrenta da história do Estado nos presídios. Eu e o juiz Valois negociamos. Eles pediram a presença da imprensa na madrugada, mas não havia ninguém. Doze carcereiros foram feitos reféns e pediram coisas que não julgamos absurdas, como garantir a integridade deles, por isso, o juiz assinou com eles”, explicou o presidente de comissão da OAB-AM.
Apoio federal
Em nota, o Ministério da Justiça e Cidadania informou que o ministro Alexandre de Moraes manteve contato com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e colocou-se à disposição para ajudar.
O governador disse ao ministro, segundo a nota, que vai usar os R$ 44,7 milhões que recebeu de repasse do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira (29).
Entenda o caso
O motim começou na tarde do domingo. De acordo com SSP-AM, os corpos de seis pessoas – ainda não identificadas – foram jogados para fora do presídio, sem as cabeças.
Até 20h50 (22h50 no horário de Brasília), a SSP-AM afirmava que 12 agentes carcerários eram mantidos reféns. Outros funcionários que estavam na unidade prisional conseguiram escapar. Presos também foram feitos reféns, mas o número não pôde ser confirmado.
Ao longo da noite, dezenas de pessoas foram para a porta do presídio aguardar informações de parentes presos. Alguns familiares também compareceram à sede do Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte de Manaus. Entretanto, a entrada de parentes e de jornalistas no local foi proibida.

am nomes em frente ao IML (Foto: Ísis Capistrano/ G1 AM)

“Por um lado eu ainda tenho esperança de que ele esteja vivo. Por outro, eu acho que ele pode ter sido morto porque tinha dívidas na cadeia”, lamentou.

Em entrevista ao G1, Sérgio Fontes informou que a identificação e necropsia dos mortos estão em andamento e, em um prazo de seis dias, devem ser totalmente liberados para as famílias. Um caminhão frigorífico foi alugado para fazer o armazanamento dos corpos.

Do lado de fora do IML, em Manaus, familiares de presos aguardam informações sobre liberação de corpos (Foto: Isis Capistrano / G1 AM)Do lado de fora do IML, em Manaus, familiares de presos aguardam informações sobre liberação de corpos (Foto: Isis Capistrano / G1 AM)

Entenda o caso
Quatro mortes na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) marcam o quarto episódio violento em cadeias do sistema prisional do Amazonas. As últimas alterações ocorreram no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) e no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), poucas horas após o fim da rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que durou mais de 17 horas e resultou em 56 mortes.

As três unidades estão localizados na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). No domingo (1º), a Seap registrou rebelião e fuga de 87 presos no Ipat. De acordo com o governo, a ocorrência tem relação com a rebelião no Compaj, o “maior massacre do sistema prisional do Amazonas”, segundo o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes.

Na rebelião ocorrida no Compaj, foram mortos presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e condenados por estupro. Segundo o secretário, facção rival Família do Norte (FDN) comandou a rebelião, que “não havia sido planejada previamente”. “Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiedosa do narcotráfico”, afirmou.

Para evitar novos conflitos, os presos membros do PCC foram isolados dos detentos membros da FDN, em todos os 11 presídios do Amazonas.

Rebeliões no Amazonas (Foto: Arte/G1)

 

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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