FOTOS IMAGENS-Dorian: os recordes do furacão que devastou as Bahamas e ameaça a Flórida


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Imagem do furacão Dorian mostra um 'olho' bem definido, um sinal de sua intensidade

Imagem do furacão Dorian mostra um ‘olho’ bem definido, um sinal de sua intensidade

BBC NEWS BRASIL/NOAA

O furacão Dorian chegou às Bahamas neste domingo e causou uma terrível destruição, deixando casas debaixo d’água, carros virados e linhas de energia derrubadas.

O furacão – o mais intenso deste ano – atingiu o pico da escala Saffir-Simpson (que chega a 5) neste domingo, pouco antes de atingir as Ilhas Ábaco, no nordeste do arquipélago.

Apesar de ter tocado o chão, a intensidade do furacão continuou a subir. A força dos ventos às 21h GMT no domingo atingiu 297 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).

O furacão Dorian deixou muitas pessoas desabrigadas nas ilhas Ábaco e, nesta segunda-feira (2/9), rumava a oeste. Com a aproximação do furacão dos Estados Unidos, Carolina do Sul e Geórgia determinaram a evacuação obrigatória de centenas de milhares de residentes ao longo de suas costas.

O deslocamento de Dorian se desloca lentamente , a apenas 7 km/h, o que implica em um dano potencial maior, já que os ventos fortes permanecem sobre a região por mais tempo.

Segundo o NHC, isso pode levar a uma “destruição extrema”.

Meteorologistas dizem que algumas das características do furacão Dorian já o deixam entre os “mais intensos e potencialmente catastróficos” já registrados.

Não há consenso entre os cientistas sobre que fatores medir para determinar quais são os piores furacões: velocidade do vento, tamanho, quantidade de chuva, pressão barométrica, danos materiais ou humanos, Mas o fato é que Dorian já superou, em termos técnicos, alguns furacões de outras estações.

Confira alguns dos recordes que Dorian já bateu ou igualou:

Tribune242@Tribune242

A scene of devastation in Abaco

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O mais intenso dos tempos modernos a tocar terras no Atlântico

Em 1935, um furacão havia estabelecido um recorde que nunca havia sido alcançado – até domingo (1/9).

O furacão surgiu na mesma época do ano e foi batizado Dia do Trabalho (que se comemora em setembro nos Estados Unidos), devido ao dia em que chegou ao país.

O furacão registrou a maior velocidade de seus ventos máximos sustentados quando atingiu o solo: 295 km/h.

Depois de 84 anos, Dorian empatou: quando chegou às ilhas Ábaco, nas Bahamas, ele tinha a mesma velocidade dos ventos.

Joel Franco@OfficialJoelF

Hurricane Dorian’s destruction in the northwestern Bahamas (Video: Alicia Nesbitt/ FB)

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O mais intenso a chegar ao noroeste do Caribe

Antes de tocar o solo nas Ilhas Ábaco, Dorian também atingiu Elbow Cay, nas Bahamas, com ventos máximos sustentados de 289 km/h.

Segundo o NHC, essa é a maior força de um furacão a tocar o arquipélago na história moderna.

De fato, desde que se começaram os registros, nunca um furacão de categoria 5 havia atingido as Ilhas Ábaco.

Em Nassau, o mar começou a ficar agitado no fim da tarde do domingo

Em Nassau, o mar começou a ficar agitado no fim da tarde do domingo

BBC NEWS BRASIL/AFP

Bahamas não recebia um furacão desde 2017, quando Maria e Irma deixaram pequenos danos.

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O recorde anterior para o noroeste do Caribe havia sido deixado por Irma, que atingiu Barbuda, San Martin e Ilhas Virgens Britânicas com ventos de 289 km/h.

Gráfico ilustra as cinco diferentes categorias da escala de furacões

Gráfico ilustra as cinco diferentes categorias da escala de furacões

BBC NEWS BRASIL

 Uma energia descomunal

Os furacões geram mais energia em sua trajetória do que centenas de bombas atômicas juntas: isso é conhecido como Energia Ciclônica Acumulada (ECA), um dos índices que os cientistas levam em consideração para estimar o possível impacto.

No final de cada temporada, os especialistas também consideram os registros de cada furacão para estimar a quantidade de energia gerada.

Mas Dorian, até domingo, já tinha gerado mais ECA do que todos os ciclones que se formaram durante toda a temporada de furacões no Atlântico de 1983.

E, de acordo com o meteorologista Philip Klotzbach, da Universidade Estadual do Colorado, ele também vai superar, antes de terça-feira, a quantidade de energia gerada durante toda a temporada de furacões no Atlântico de 1977.

Entre os piores desde 1980

Quando o avião de reconhecimento detectou, na tarde de domingo, a intensidade dos ventos ao redor dos olhos de Dorian, ela era de quase 300 km/h.

Isso não apenas tornou o furacão o mais intenso no Atlântico desde 1980, mas também o segundo com maior força de ventos desde que há registros, ao lado de Gilbert (1988) e Wilma (2005), que também alcançaram 297 km/h.

Em primeiro lugar está o furacão Allen, que atingiu território na fronteira dos Estados Unidos com o México em 1980. Allen tem o recorde de ventos máximos sustentados: 305 km/h.

Mas não para aí: os ventos de Dorian são os mais fortes já vistos a leste da Flórida, no norte do Oceano Atlântico, de acordo com Klotzbach.

Recorde de pressão

Para quem acompanha meteorologia, a pressão central dos ciclones é um dos dados mais interessantes.

Isso porque, no olho do furacão, a pressão atmosférica é geralmente menor do que no resto do planeta – mas quanto mais baixa, maior a sua intensidade. Quanto mais baixa a pressão, maiores as forças dos ventos.

Dorian também já está na lista de furacões que atingiram a terra com menor pressão atmosférica desde que há registro.

Quando chegou às Bahamas no domingo, sua pressão central era de 910 hectopascais. O patamar é ainda mais baixo que o do furacão Andrew, que devastou a Flórida em 1992.

O furacão do Dia do Trabalho de 1935, no entanto, detém o recorde de pressão: 892 hectopascais.

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