EXTREMOZ RN-EUA X Coreia, como entender o conflito?, por Gustavo Gollo


EUA X Coreia, como entender o conflito?, por Gustavo Gollo

EUA X Coreia, como entender o conflito?, por Gustavo Gollo

A Coreia do Norte

Após 70 anos de lutas, os norte-coreanos têm absoluta clareza de que só manterão sua independência enquanto demonstrarem poder. Sul-coreanos e americanos não escondem seu desejo de substituir o governo norte-coreano a qualquer preço. Exercícios de decapitação e propostas de assassinato das lideranças sul-coreanas são tratadas abertamente por eles. (Existe um filme: 684 unidade de combate, baseado em uma tentativa alucinada de execução do plano, ocorrida em 1968). em vista da conclusão óbvia, os norte-coreanos trataram de desenvolver bombas nucleares e mísseis poderosíssimos que costumam exibir, sempre que ameaçados.

A Coreia do Norte encontra-se isolada do resto do mundo devido a imposição americana. O isolamento, obviamente, incomoda e impede o desenvolvimento do país que deseja, naturalmente, se ver livre de tal coerção.

Desse modo, os desejos dos norte-coreanos são facilmente compreensíveis: querem sobreviver e prosperar em meio à comunidade internacional, vendo-se compelidos a demonstrar poder através de mísseis e bombas pela situação absurda a que estão submetidos para sobreviver e se libertar do isolamento imposto pela opressão americana.

Os EUA

Mas, o que querem os EUA incendiando um conflito lá do outro lado do mundo? Minha explicação exige certo rodeio.

Desportistas, em geral, são incentivados a nunca se entregar; a lutar, lutar e lutar, não se dando por vencidos até o término da peleja. Contrariamente a tal mandamento, a etiqueta enxadrística recomenda o reconhecimento da derrota por parte do jogador, e sua subsequente resignação assim que ele se veja em situação tão inglória que nenhuma ação possa salvá-lo da derrota. Dessa maneira, convém aos bons jogadores de xadrez saber reconhecer o momento em que seus esforços passam a se tornar inúteis, e aceitar a derrota, cessando a luta e resignando-se à superioridade do adversário.

Apesar da universalidade da aceitação de tal recomendação, é extremamente comum que, embora já completamente derrotado, impossibilitado de qualquer recuperação na partida ante a superioridade posicional do bando inimigo, o jogador continue, tola e inutilmente, a perseverar por mais alguns lances. A situação é tão usual que os enxadristas possuem uma expressão para descrevê-la: o derrotado está “esperneando”.

Mas, em vista da etiqueta enxadrística e da recomendação da resignação imediata por parte do perdedor, por que tantos jogadores insistem tão frequentemente em continuar a espernear, e se expor em situação tão lamentável, mesmo não havendo qualquer possibilidade de evitar a derrota?

Também nesse caso os enxadristas conhecem a resposta: não basta constatarmos a inevitabilidade da derrota, temos que nos acostumar com ela. Trata-se de uma necessidade psicológica inerente a todos, que nos compele a continuar a executar fútil e mecanicamente os lances inúteis que nos conduzirão inexoravelmente à derrota, até nos acostumarmos com o fato de termos sido derrotados.

 

Penso que a situação dos EUA hoje seja análoga à do enxadrista perplexo ante a derrota inesperada, esforçando-se em vão em uma luta inglória e já perdida, parecendo não compreender a derrota já conflagrada, mas com a qual ainda não se acostumou.

Durante décadas os EUA dominaram hegemônicos o planeta, econômica, bélica e em quase todos os sentidos em que pode haver dominação. Por todo esse tempo, acostumaram-se a exercer sua diplomacia como se empunhassem um porrete ameaçador que utilizavam sem qualquer parcimônia, bombardeando despudoradamente qualquer um que ousasse desafiar seu poder e se contrapor a qualquer de suas ordens.

Por todo esse tempo, costumavam percorrer os 7 mares impondo sua vontade até nas mais longínquas paragens, por vezes apenas com o propósito de mostrar quem mandava.

Durante décadas foi assim; não é mais. Mas os americanos ainda estão tentando se acostumar com a derrota, ainda não aceitaram o já sucedido. Estão só esperneando.

Nação vampira

Os meios de comunicação oficiais se referem a uma nação vampira, um eixo do mal capaz de engendrar artimanhas malignas com o propósito de sacudir o planeta. Ao nos deparar com tal referência, ficamos a imaginar um país no qual se treinam terroristas para atacar líderes estrangeiros em suas casas com aviõezinhos teleguiados, ou onde se planejam e armam equipes de assassinos profissionais para invadir países e assassinar seu presidente, ou em que se executam grandes farsas cinematográficas com derrubadas de prédios resultantes em milhares de mortes.

Tais pesadelos me fazem recordar a antiga piada que elucidava a diferença entre um advogado e uma pulga: um deles suga o sangue de suas vítimas até a morte, enquanto o outro é só um pequenino inseto. A referência elucida a noção de uma nação vampira com um passado de destruição, de redução a escombros de dezenas de estados, enquanto o outro é só um pequeno país.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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