Eram trabalhadores e pais de família, diz amigo de mortos em ataques


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27/07/2014 08h32 – Atualizado em 27/07/2014 11h34

Eram trabalhadores e pais de família, diz amigo de mortos em ataques

Ele conhecia quatro dos oito mortos a tiros no sábado (26) em Carapicuíba.
Policial militar foi preso suspeito de envolvimento nos crimes na Grande SP.

Amanda PrevidelliDo G1 São Paulo

 “Passei lá de manhã indo para o trabalho e quando vi os corpos estirados no chão já reconheci meus amigos”, falou T., que só aceitou falar com o G1 sob a condição de que seu nome e rosto não fossem divulgados por questões de segurança. Ele conhecia quatro dos oito mortos em uma série de ataques à bala na madrugada de sábado (26) em Carapicuíba, Grande São Paulo. Três outras pessoas ficaram feridas pelos tiros.

Foram quatro locais atacados e 11 pessoas baleadas em pouco mais de duas horas. Um policial militar, que não teve o nome divulgado, foi preso pelas polícias Militar e Civil por suspeita de participar dos assassinatos. É investigada a hipótese de os crimes terem sido cometidos pelo soldado para vingar a morte de um outro PM, assassinado na mesma cidade no último dia 19.

Mas é apurada também a possibilidade de que mais pessoas estejam envolvidas nos ataques, inclusive outros policiais, já que os crimes foram cometidos por atiradores que estavam em um carro preto ou em motos e passaram disparando.

Quatro amigos
Os quatro amigos de T. estavam entre os cinco mortos na chacina que ocorreu às 3h20 num bar na Avenida Comendador Dante Carraro, no bairro Cidade Ariston. A quinta pessoa morta era uma mulher grávida de três meses. Outras duas pessoas ficaram feridas neste local.

“Ela eu não conhecia muito bem, mas acho que tinha ainda outros dois filhos”, disse ele, que também não conhecia as outras vítimas que foram baleadas.

“A polícia fala que ali é boca [ponto de venda de drogas], mas não é. É só um bar. Eles eram todos trabalhadores, pais de família, que passavam no bar para relaxar um pouco no fim de semana”, lamentou T.

Drogas
Segundo o homem, o único defeito de um de seus amigos era ser usuário de drogas. “Ele até usava, mas 90% da população usa alguma coisa. E quem não usa bebe, fuma. Mas ele não era traficante, não vendia nada”, alegou.

Para ele, os assassinatos ocorreram por vingança pela morte de um policial militar em Carapicuíba, na semana passada. Adailton da Silva Souza foi encontrado morto no sábado retrasado (19) no mesmo bairro onde oito pessoas foram mortas e três ficaram feridas neste fim de semana.

Chacina
Foi a segunda chacina em menos de 15 dias em Carapicuíba. Em 13 de julho, criminosos atiraram e mataram cinco pessoas e feriram outras três na Rua da Fábrica, no bairro de Santa Terezinha.

“E não é a primeira chacina lá. É tudo represália. Os verdadeiros bandidos são os policias. A gente ouve de policial que vai sozinho para a boca porque quer dinheiro, esse aí foi isso. Ele pediu dinheiro e aí os caras dão a ordem e ele é eliminado”, denunciou. “Vira uma guerra.”

Outros três locais tiveram ataques com mortes e ferido no sábado: Rua Diógenes Ribeiros de Lima (dois mortos às 4h25); Rua Rio Branco (um ferido às 5h25); e Rua Jaci (um morto às 5h40).

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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