Conflitos colocam EUA à prova


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Quando o oficial americano Pierre Hines deixou o Iraque há cinco anos, ele acreditava que o país tinha sido pacificado. Hoje, assistindo à TV, ele percebe que estava enganado. “É extremamente preocupante”, observa o veterano, referindo-se às imagens das cidades ocupadas no norte do país. “Eu não posso acreditar na rapidez com que a situação piorou no local.” O militar de 28 anos está sentado num banco de parque na Praça Tecumseh, na capital americana, Washington. A área verde em torno da Casa Branca se encontra a poucas quadras de seu local de trabalho. Atualmente, ele estuda Direito na renomada Universidade Georgetown e faz estágio num escritório de advocacia.

Na verdade, ele encerrou sua vida de soldado em 2012, com a saída do Exército. Mas as notícias do Iraque sobre a rápida ascensão do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) trazem à tona antigas lembranças. Principalmente as imagens da cidade de Mossul, pois foi na segunda maior cidade do Iraque, hoje controlada pelo EIIL, que Hines ficou estacionado.

Durante um ano, trabalhou como oficial de inteligência em Camp Marez, no aeroporto de Mossul. De lá coordenava operações e mantinha contato com tradutores locais. E é com eles que Hines mais se preocupa. Ele afirma que retornaria ao Iraque sem hesitação, se ainda estivesse na ativa e fosse destacado para lá. “Mas como civil, que sou agora, eu me preocupo com quanto tempo essa nova missão dos EUA vai levar.”

Hines fala por experiência própria. Quando os EUA invadiram o Iraque, em 2003, tratava-se de uma assim chamada narrow mission, uma operação dirigida a objetivos rigorosamente delimitados. Oficialmente, o plano do governo de George W. Bush era derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein e destruir as armas de destruição em massa supostamente existentes no país.

Na ocasião, Hines frequentava o curso médio. Quando entrou para o Exército, quatro anos mais tarde, os EUA ainda estavam no Iraque. Se uma nova ofensiva começar agora, ela pode novamente durar vários anos.

São semelhantes as apreensões de Tarsha, de 41 anos, que aproveita o sol da tarde na Praça Tecumseh. Ela prefere não dar o sobrenome, pois seu marido está no Exército. “Por isso estou desconfiando seriamente que ele vai ser enviado de novo. Ele já esteve no Iraque por duas vezes e a cada vez eu temia muito por ele.” Por isso, atualmente é difícil para ela relaxar.

Porém ela está um pouco mais calma, desde o discurso de Barack Obama no dia 13 deste mês de junho, quando o presidente americano afirmou que não vai enviar “tropas terrestres” ao Iraque. No início desta semana, contudo, ele declarou que vai enviar 275 militares para proteger a embaixada americana em Bagdá. Para alguns cidadãos americanos, como Jonathan Copeland, isso já equivale a uma quebra de promessa. “É claro que um monte de coisas ruins está acontecendo agora no Iraque”, critica o cozinheiro de 39 anos. “Mas não acho que seja possível resolvê-las entrando em guerra.”

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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