A PALAVRA DO DIA-Reflexão sobre a vida do Profeta EliasReflexão sobre a vida do Profeta Elias


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“É bastante fácil ser alegre quando a vida desliza como uma canção, mas o homem verdadeiro é aquele que sorri ainda quando tudo vai terrivelmente ma. Pois o teste do coração são as dificuldades, e elas sempre vêm com os anos, e o sorriso que merece os louvores da terra é aquele que brilha através das lágrimas”

(Saadi, O Jardim das Rosas)

Pr. Claudinei e Priscila GodoiDevido ás circunstâncias que me premem, nestes últimas semanas tenho me ocupado com a história do profeta Elias. Profeta interessante esse. Sozinho enfrentou mais de quatrocentos profetas de Baal e ganhou. No entanto, paradoxalmente, deixou-se intimidar por uma mulher e fugiu para preservar sua vida. O que teria levado esse homem tão próximo de Deus a esconder-se depois de um feito tão espetacular?
Elias, o profeta fujão, surge no período de crise da história israelita e tem uma palavra de julgamento contra Acabe e sua esposa por terem levado a nação a idolatria. Embora tivesse uma posição singular nos propósitos divinos, isto não o eximiu de pressão, temor, ansiedade e depressão.

Ele profetiza um longo período de três anos de estiagem e por conta disso é perseguido por Acabe. Temendo pela sua vida esconde-se num deserto, perto de um pequeno riacho e, enquanto ali, usando corvos ( aves imundas segundo a legislação mosaica) , Deus supre miraculosamente as necessidades do profeta. O que aprendo com este episódio:

Deus ainda está no controle da história – Diariamente, ao nascer e ao pôr do sol, os corvos serviam de lembrete constante de que Deus ainda está no controle da natureza. Até mesmo os animais estão sujeitos à sua direção. Deus estava afirmando diariamente a Elias que Ele pode usar qualquer coisa e que o mesmo Deus que dá água pode reter a água. Este é um direito soberano Seu!

Deus esta atento quando seus filhos passam necessidade – Lembro-me quando morávamos entre os yanomamis e, distantes da civilização, durante dois anos, trabalhamos na construção de uma pista de pouso, casas e uma enfermaria. Trabalhávamos debaixo de um sol escaldante e tendo muito pouco para comer. Certa dia, quando tínhamos somente arroz e pimenta para comer, enquanto derrubávamos uma árvore, ouvimos um estranho ruído. Caminhamos um pouco e vimos uma pequena onça matando uma cotia. O jovem índio de nome Simão, repreendendo-me pelo barulho, disse: “O Grande Espírito preparou para nós comida. Ele sabe que “nossos dentes estão pontiagudos (expressão idiomática para “vontade de comer carne”), por isso envio um de seus animais para providenciar comida para nós”.

Deus tem uma provisão para você hoje. Ele jamais prometeu que nos livraria sempre dos problemas, dificuldades ou até mesmo a morte. Prometeu, sim, que nos susterá e jamais nos deixará sozinhos. Sua providência estará conosco. Sua direção inclui Sua provisão. Descansemos nisso!
Não sabemos quanto tempo Elias ficou no deserto. Ali, Deus lhe dá uma nova orientação: “Vai a Serepta…ordenei a uma mulher viúva que te sustente” (1 Rs 17:8-9). Ao chegar a cidade encontra a viúva fora da cidade apanhando lenha. Deus tinha escolhido a viúva pobre para suprir as necessidades do profeta, contudo, ela mesmo, tinha apenas um punhado de farinha numa panela, um pouco de azeite numa botija e havia saído para pegar lenha a fim de preparar a última refeição para si e para seu filho e depois, diz ela, “morreremos” (17:12).

Um dos motivos pelos quais Elias foi enviado a esta viúva pobre é que ela era uma mulher em necessidade profunda. O Senhor sabia que seu alimento estava acabando e conhecia seu desespero. Há algumas lições para nós neste episódio!
“Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições pela oração e pela súplica, com ações de graças.” Apóstolo Paulo

Deus se importa por todos os povos em todos os lugares – Esta mulher era um gentia e mesmo pagãos são objetos de sua providencia.Em sua bondade a “Graça comum” contempla bons e maus, justos e injustos. No Novo Testamento somos conclamados por Jesus a imitá-lo nessa “graça comum”. Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão, diz que “o fator especificamente cristão consiste no extraordinário, no invulgar, no não natural, no muito mais, pois se amarmos apenas os que nos amam não somos melhores que os pagãos. Nossa vocação é ultrapassá-los em virtude”.

Se Deus pôde usar aves e uma viúva pobre para suprir as necessidades do profeta, Ele pode usar qualquer coisa e qualquer pessoa a fim de suprir a necessidade de seus filhos. Quando dentro da vontade do Senhor todo céu e mesmo o “inferno” trabalharão para suprir as necessidades daqueles a quem Deus governa.
A história nos conta que a viúva pobre preparou um bolo primeiramente para o profeta ( 1 Rs 17:13-16) e depois para si, segundo a palavra do profeta. Diz-nos o texto que devido a sua obediência a farinha da panela não ficou vazia e botija com azeite não secou. Certamente ela conheceu a Deus na sua cozinha!

A viúva pobre nos ensina que:

Deus honra aqueles que colocam o próximo em primeiro lugar, particularmente quando repartem suas posses de modo sacrificial. Séculos mais tarde Jesus ilustrou este ponto com outra viúva pobre que na sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento (Lc 21:1-4).

Deus tem prazer em tomar o que temos, por mais insignificante que possa parecer – nossos talentos, recursos materiais, tudo pode ser multiplicar sua eficácia quando sob a benção do Senhor.

As orientações de Deus podem ser surpreendentes e nem sempre analisáveis. Se Deus o manda para Sarepta, não tente entender o por quê. Apenas vá!~

As provisões de Deus são justas; não deixe de agradecê-lo – o milagre aconteceu na casa da viúva, mas isso não quer dizer que ela e seu filho obtiveram tudo o que desejavam. Significa sim que obtiveram tudo o que precisavam para o momento. Quando você esgota todos os seus recursos e Deus diz “não” aos seus desejos e “sim” as suas necessidades, considere-se mais que satisfeito.

Às vezes o Senhor nos conserva à beira da incerteza a fim de desenvolver nossa fé e confiança Nele – Tivesse o Senhor levado Elias para uma fazenda próspera onde fluía leite e mel, certamente ficaria contente, contudo não sucedeu assim. Aprendi que uma coisa é confiarmos no Senhor quando vemos a fonte ou origem das bênçãos, o doador. Outra coisa é quando confiamos no Senhor e não temos nada em vista a não ser Ele mesmo. A pergunta é: “Onde estão os teus olhos? Onde está sua confiança?”

Concluindo nossa reflexão, responda as perguntas abaixo:

1. Creio realmente que Deus se importa comigo?Aceito este fato? Creio Nele?
2. Até que ponto penso nas necessidades dos outros em vez de pensar nas minhas? De que modo isso se reflete na mordomia dos “meus” recursos materiais e capacidades?
3. Creio que Deus pode tomar o que possuo e multiplicá-lo? Qual é a prova de que creio nisso?
4. Quão forte é minha fé? Quanto confio realmente em Deus? Será que algumas de minhas incertezas do presente estão sendo ordenadas por Deus a fim de desenvolver minha vida espiritual?

Pr. Claudinei e Priscila Godoi – e-mail – [email protected]
 


 

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