A PALAVRA DO DIA-0 Tiago 4 1-18 – POR QUE ÀS VEZES ORAMOS E NÃO RECEBEMOS?


Como falamos, Tiago foi escrito com o objetivo de ensinar a sabedoria de Deus para podermos perseverar em meio às dificuldades até o retorno de Cristo. Ela, provavelmente, foi escrita entre 44-62 d.C. Estamos vendo o capítulo 4/5.

Breve síntese do capítulo 4.

Há tantas coisas que militam em nossa carne querendo nossa atenção. É a cobiça, a inveja, os prazeres, a amizade do mundo…

Ser amigo do mundo significa aqui em Tiago desprezar a Deus porque ele está falando do sistema que há no mundo e não do mundo criado e bendito de Deus. No mundo quem governa e quem está no trono de nossa vida recebendo adoração é o nosso ego e não o nosso Deus.

Quando está sentado no trono da minha vida o meu “eu”, então a minha motivação não é Deus, nem sua lei, nem meu próximo, mas tão-somente meus desejos. Quando eu peço algo a Deus apresentando-me diante de Deus com meu ego entronizado, eu não receberei nada que tenha pedido.

Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:

III. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS DISPUTAS (3.13-5.11) – continuação.

Estamos vendo, como dissemos, dos vs. 3.13 ao 5.11, a sabedoria e seus efeitos nas disputas. Tiago retornou explicitamente ao tema da sabedoria. Elas formaram a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) – concluiremos agora; B. Maledicência (4.11-12) – veremos agora; C. Advertências contra a presunção (4.13-17) – veremos agora; D. Advertências aos ricos (5.1-6); e, E. Paciência (5.7-11).

  1. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) –continuação.

Como falamos, dos vs. 3.13 ao 4.10, estaremos distinguindo a sabedoria proveniente de Deus. Há dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra do mundo. Tiago informou a seus leitores sobre como distinguir uma da outra.

De onde vem o que é mal em nossos corações que nos motivam às práticas erradas? Os maus desejos são as causas das divisões entre os santos. Aqui a inveja está ainda sendo considerada, como um desejo perverso destrutivo. A língua pode ser um instrumento do mal nas discussões, mas os maus desejos encontram-se na fonte.

É a cobiça que desperta em nós os desejos de termos as coisas e ela nos leva até à morte e à inveja para consegui-las, por isso vivemos lutando e em guerras e nada temos, simplesmente porque não pedimos.

A inveja é um pecado contra Deus. Ela procede da falta de confiança de apresentarmos as nossas necessidades a Deus. Tiago não está prometendo aqui que se nós simplesmente orarmos, todos os nossos desejos serão satisfeitos.

Orar pelo que necessitamos e desejamos demonstra sabedoria, mas a oração é muitas vezes o meio pelo qual Deus modela os nossos desejos para que eles se conformem aos desejos dele.

Quando deixamos de nos aproximar de Deus em oração a respeito das nossas necessidades, somos propensos a recorrer à ganância e aos esforços mundanos.

Deus recusa-se a responder aos pedidos que procedem dos maus desejos. Orar pelos motivos errados é orar sem fé (Rm 14.23; Hb 11.6). Por isso que pedimos e não recebemos, pois estamos pedindo por motivos errados, para nos gastarmos em nossos prazeres.

Tiago os chama de adúlteros ou de infiéis – trata-se de infidelidade espiritual – aqueles que tem amizade com o mundo e com Deus ao mesmo tempo.

Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Aqui, ele pode estar se referindo especialmente a Dt 6.15 ou, mais geralmente, à Escritura num sentido amplo (p. ex., Êx 20.3,5; 34.14; Dt 32.21; Js 24.19; Na 1.2).

Em seguida – vs. 5 – ele explica que o Espírito Santo que Deus fez habitar em nós, por Cristo, tem fortes ciúmes. O Espírito de Deus habita nos cristãos, e por essa razão os cristãos estão ligados a Deus na mais profunda intimidade. Portanto, Deus não irá tolerar uma fidelidade que esteja divida entre ele e o mundo. Simplesmente, não dá para agradar ambos: a Deus e ao mundo. Então, ele nos enche de graça e graça maior, como está escrito: “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” – vs. 6.

Em função do exposto, ele nos exorta primeiro a submetermo-nos a Deus e depois, sim, resistirmos ao diabo.

Tiago empregou a linguagem de adoração do Antigo Testamento para descrever como os cristãos podem obter sabedoria divina e evitar brigas e invejas ao submeter-se a Deus em fé e arrependimento, colocar-se ao lado de Deus e negar-se a obedecer a Satanás.

Tiago também ofereceu a certeza do perdão àqueles que honestamente buscam por ele (cf. Zc 1.3; MI 3.7).

Satanás não tem o mesmo poder ou autoridade que Deus. Embora Satanás continue poderoso, ele não é invencível. Os cristãos devem resistir ao diabo confiando que Deus irá protegê-los.

Quando Deus se aproxima dos cristãos, o diabo foge. Primeiro, devemos nos submeter a Deus e depois disso, sim, resistirmos ao diabo e a consequência certa é a sua fuga, ou seja, ele fugirá de nós – vs. 7.

Os vs. de 8 a 10 são muito interessantes. Ao nos aproximarmos de Deus, ato contínuo, Deus se aproximará de nós! E como é que eu me aproximo dele, se não pelo seu Espírito que está já me conduzindo a ele? O que entendo disso é que quando estou indo a ele, na verdade mesmo, é ele me atraindo com muita força. O melhor a fazer é não resistir, mas aproveitar e ir mesmo.

Como Tiago continua a nos exortar, devemos nessa ida, limpar as mãos, e nós, que temos a mente dividida, devemos purificar o coração. Como? O arrependimento verdadeiro inclui atos que demonstrem contrição, como afligir-se, lamentar e chorar; entristecer-se, lamentar e chorar, trocar o riso por lamento e a alegria por tristeza, humilhando-se diante do Senhor, pois ele, ao seu tempo, nos exaltará.

  1. Maledicência (4.11-12).

Em seu raciocínio, Tiago fez uma pausa – vs. 11 e 12 – para focalizar sobre o problema particular dos cristãos briguentos e invejosos.

Num sentido rigoroso, a maledicência é relatar falsidades a respeito de outra pessoa com o propósito de destruir-lhe a reputação.

A maledicência geralmente procede da inveja e sempre reflete a obra de Satanás. Caluniar um companheiro crente destrói o companheirismo cristão e infringe a verdadeira lei do amor (2.8-9), por isso não devemos falar mal uns dos outros.

E, afinal, quem somos nós que julgamos o próximo? Nesse contexto, a palavra “julgamos” indica condenação caluniosa (vs. 11). É apropriado que os cristãos discirnam entre o bem e o mal, até mesmo entre os seus amigos cristãos (p. ex. 1Co 5.12).

  1. Advertências contra a presunção (4.13-17).

Dos vs. 13 ao 17, ele faz advertência contra a presunção. O pecado da presunção (pensar muito de si mesmo) está estreitamente relacionado com o pecado da difamação. A sabedoria proveniente de Deus é humilde, e não orgulhosa.

Tiago repreendeu aqueles que estavam desconsiderando de modo arrogante a soberania divina ao viver a vida e fazer planos para o futuro sem levar em consideração a providência de Deus.

A palavra “se” – vs. 15 – refere-se aos acontecimentos futuros que são condicionais ou desconhecidos. Tiago identifica a consideração principal em todos os planos futuros como o reconhecimento de que o controle da nossa vida está nas mãos de Deus. Essa passagem levou ao uso comum da frase “se Deus quiser” entre os cristãos (At 18.21; 1Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).

Gloriar-se de maneira arrogante a respeito das próprias habilidades e conquistas é pecado porque isso demonstra falha em reconhecer o papel de Deus nas nossas realizações. O cristão deve gloriar-se somente no Senhor (2Co 11.30; 12.5,9). É por essa razão que ele fala no vs. 16 que toda vanglória como essa de se vangloriar nas nossas pretensões, é maligna.

Por fim, ele nos submente um princípio – quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, co

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